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terça-feira, 28 de junho de 2011

Quino



Com a tua idade, é natural que a imagem no espelho se atrase um pouquinho.

Mordillo

Miran

Ryan Obermeyer, 2010

Em lugar de olhos, dois nuncas. A noite é palavra unida à noite essencial. Um diamante iça, em lugar da morte, e da cisterna sombria acordo alado: sem amada, capinzal, mãe, pedra ou labirinto. Em lugar de respirar, a música me vela. A eternidade é o silêncio das tigelas de arroz. Em lugar de estar vivo eu sou um canto, enlouquecido por discordar do roteiro. É desconcertante morrer sem acariciar o pomo dourado da própria voz, e a lenda da pele, que acende com o toque dos dedos. É sempre absurdo não ter direito a um nome, a um quintal com pequenos pássaros intensos. Os erros são todos meus. A luz é toda tua. Quando eu não existir mais, eu também virei recolher os domingos que não passei à beira-mar.


Fernando José Karl

sexta-feira, 24 de junho de 2011

UM POEMA DO PERUANO ALEJANDRO ROMUALDO

RESPONSO POR UN PAYASO NEGRO

Aquí yace Sam Brown. Aquí descansa su rueda pálida,
la que hacía girar sencillamente bajo sus pies como
un planeta o una ola.
Lejos de su infancia silvestre, de la fiebre sexual, del
tambor y la danza hirviente.
Lejos. Dejó su infancia de leopardo y grullas y flores exóticas.
Aquí yace, más frío que la luna, más triste que el vino,
derramado y oscuro como un vaso de miel para todas las
moscas de la destrucción.
Una familia de arlequines le reza. Los astros del circo lloran
y se apagan:
la muerte es una rueda muy traicionera, un jaguar silecioso
que cae desde lo alto - desde cualquier estación,
como un fruto encendido cae desde cualquier estación.
Aquí yace Sam Brown, más pálido que un espejo bajo la
hierba mortal.
Su último traje ya no se arruga, el traje de la función final
en la cual tenía que caer junto con el telón
de la vida y la rueda.

Pidamos que la muerte no nos deje decir nada.
Pidamos que la muerte nos separe, nos desgaje suavemente.
Pidamos que nos haga desaparecer como un ilusionista.
Roguemos porque la muerte llegue como el extraño que nos
pregunta por la hora.
Porque Sam Brown ya no se mueve.
Porque aquí yace Sam Brown como un girasol ciego.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

poema de waly salomão

Hoje

O que menos quero pro meu dia
polidez,boas maneiras.
Por certo,
um Professor de Etiquetas
não presenciou o ato em que fui concebido.
Quando nasci, nasci nu,
ignaro da colocação correta dos dois pontos,
do ponto e vírgula,
e, principalmente, das reticências.
(Como toda gente, aliás...)

Hoje só quero ritmo.
Ritmo no falado e no escrito.
Ritmo, veio-central da mina.
Ritmo, espinha-dorsal do corpo e da mente.
Ritmo na espiral da fala e do poema.

Não está prevista a emissão
de nenhuma “Ordem do dia”.
Está prescrito o protocolo da diplomacia.
AGITPROP – Agitação e propaganda:
Ritmo é o que mais quero pro meu dia-a-dia.
Ápice do ápice.

Alguém acha que ritmo jorra fácil,
pronto rebento do espontaneísmo?
Meu ritmo só é ritmo
quando temperado com ironia.
Respingos de modernidade tardia?
E os pingos d’água
dão saltos bruscos do cano da torneira
e
passam de um ritmo regular
para uma turbulência
aleatória.

Hoje...

segunda-feira, 20 de junho de 2011

rascunho para completar - FUKUSHIMA

depois de dias da passagem da grande onda que tudo levou, yabuchi-san de oitenta e dois anos procurava entre os escombros das casas vizinhas seu quimono dourado. somente o quimono sobrava de seu tempo de gueixa numa casa de chá no baixo shinjuko de Edo. tinha para si esse segredo e yabuchi-san nunca nada disse sobre o seu passado nem para filhos nem para netos. debaixo de neve e da lama, nove dias de uma procura pelas praias e arredores de Fukushima,onde nada encontrou. no jornal das sete, yabuchi-san viu pela televisão que um mergulahdor encontrou seu quimono no lago radiativo em que se tranformara a usina retorcida. seus bordados de ouro irradiavam fótons atômicos na cauda de um pavão.

PORTA-RETRATOS

apesar de ouvir discos selecionados
rever fotos e poemas antigos
apesar da nostalgia da tarde
entre blues e sonetos
estava com acesso de gases
que impestiava de um torpor acebolado
tantas recordações

BENTO NASCIMENTO

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Brassäii, 1934



Uma breve

histoire d’amour

ou os dias e as noites

com

Isadora

Eu, Baroque Marina – aqui no sobrado da ficção – cochilo na banheira, inebriado com sais de cheiro e água de colônia. A alma roída até o sabugo tem curiosidade de quê? Das vestes íntimas dos livros que escrevo, e, sendo Baroque Marina, só os escrevo quando cochilo nessa banheira que se apóia nas garras de um leão de bronze.

Agora, adormecido, eu finjo que escrevo.

Isadora morde-me a nuca, e aí acordo de meu sono imerso na água morna.

Assim desperto, peço à Isadora que me alcance o cahier de ecrivain, e nele anote o texto que, enquanto adormecido, fingi que escrevi.

Ainda imerso na banheira, mergulho no sono e, agora, na escadaria de pedra do sonho, suspiro de gozo ao ver que a mulher de cabelos negros fica nua e sopra em sua pele branca.

Se ela mergulha no sono agora sonha e, no sonho, leite não coalha.

Solitário pires sem xícara, eu levo o rádio ao banheiro, ao sótão, ao quarto. Adormecida a meu lado – Isadora – que eu insulto: água, você secou; laranja, você murchou; sete anos eu te engoli; areia eu te varri; caroço de manga eu te cuspi.

Eu, Baroque Marina, de pijama, o torso nu, nem reclamo da sombra na soleira da cama. A toalha branca na mão trêmula. Mil e um dias de orvalho sobre a cinza fria.

Isadora sempre olha para mim como se não me visse há anos; e nos vimos no café da manhã. Sete noites seguidas os lençóis incendiados de paixão: ó fenda, ó musgo, ó fruta nacarada de Isadora.

Um velho sábio chinês, enquanto penetro surdamente o flanco de Isadora, asperge água benta colhida das folhas do quintal.

Isadora: a faminta concha escancarada. O sábio chinês vira de costas para a parede do quarto.

Para ganhar coragem, Isadora bebeu dois conhaques. Para ganhar coragem e lavar a louça de dois dias.

Ela deixa bilhete na porta da geladeira: diz que fugiu para bem longe, para Cabedelo, onde a preta das bananas passa vistosa com seu pano da Guiné.

Ai de mim, se não dou atenção à Isadora, ela esparrama sal pela casa, atira os gatos pela janela, e diz que fugirá do meu romance mal escrito. Na cama, a chaleira com água quente, Isadora aguarda que eu durma. Como descansar ao lado de Isadora? Ela possessa de sonhos de vingança, esperneia, braceja, resmunga. Vai derramar água quente na minha cabeça?

Eu a desejo; ela não me deseja. Humilhado em meu brio de macho, eu esgano o pescoço da sacana – ela – que cai da cama, ameaça precipitar-se da janela.

Isadora bate a porta da sala de estar e arrasta no pó a roupa do varal.

Ela ainda não sabe por que devemos morrer, depois boceja, tem sono.

Quem geme de paixão? O meu lado da cama é cago de mosca, gomos de laranja, charuto apagado. Do lado de Lucana um castiçal de velas, flores e o pratinho com rodelas de pepino. Abra a boca e feche os olhos, ela diz.

E desce a gruta nacarada, a gruta peluda com suor de peixe na minha cara de Baroque Marina.

Quando Isadora não se entrega, eu uso dela com a maior violência.

Mulher humilde, isso é Isadora. Uma bela gata no cio. Se nunca tive queixa dela, vez por outra acirramos os ânimos.

Encaro-a dentro da córnea. A língua inteira rola na orelha, uma estrela chora no tímpano de Isadora.

É noite adiantada quando, enfim, adormecemos.

Domingo, se Isadora fica em casa, é a mesma coisa que um vazio o sobrado da ficção onde ela cumpre os rituais de acordar às sete da manhã, mascar o pão, lavar a roupa, verter na bacia a lágrima furtiva.

Cumpre, comigo, um ritual de núpcias em que não crê mais.

Grinaldas e flores de laranjeira no lixo; vendaval para o pulmão: respirar, respirar – ninguém é de ninguém, ninguém é nada, nada é de ninguém.

– Ai que desgosto ter casado – desabafa –, e corre a tirar água do poço de vinte metros.

Nunca mais acabaria de chover. Nunca está chovendo, sempre já choveu. Mais conhaque, mais vinho, mais rum, mais cachaça pra aguentar o tranco. É o caldeirão fervente, é o deserto, que uma suíte para violoncelo de Bach podia serenar.

Entre ferozes baforadas a andar na chuva, eu, Baroque Marina, perdido num beco escuro: a língua dentro da boca, língua de mamba negra, rememoro pedras preciosas de Dante Alighieiri transluciferadas por Haroldo de Campos.

Sem prestar atenção na chuva que lava a vidraça, eu, Baroque Marina, de leve passo as unhas pela nuca de Isadora. Meu bem, uma confissão, eu digo.

Da caixinha redonda de sabonete Isadora retira a água, enquanto continuo: Meu bem, eu sei que você foi violada por todos os homens desse balneário de Saavedra.

Eu brinco com a faca de picar fumo. Chamo Isadora para a sombra da varanda.

Isadora cospe um olho de sapo e diz: O sapo eu engulo todo, menos o olho.

Isadora, quieta, fuma, bebe vodca, engole outro sapo, agora com sal.

Isadora cospe outro olho de sapo.

O mais triste, digo eu, Baroque Marina, é que sem ela eu não posso viver. Agora que sei que Isadora foi violada por todos os homens dessa rua, eu estaquei, nem consegui mais sair debaixo das águas do chuveiro. Ali fiquei durante uma semana inteira.

E durante esse tempo sob o chuveiro, constato que desde menino sofro de um pequeno defeito físico: só consigo ler, dos livros, apenas a página 26.

Aos trinta anos, Isadora ainda é uma árvore viva. Eu, Baroque Marina, uma árvore seca. Essa aí, quando eu apodrecer, entra em núpcias com outro, eu digo. Ela rebate: Se você visse como Baroque Marina dorme. Cansado ou não, deita na cama e baba. Fico me virando a noite inteira sem pregar o olho. Eu sinto o cheiro: cascas de laranja na mesa da cozinha.

Ainda não conheço o estilo erótico de Lucana, porém os sinais mais insignes são todos conhecidos; e caso alguém pretenda fazer desvelar a intimidade de Isadora, acabaria por esbarrar em algumas cenas um tanto picantes dela de pernas abertas na cama.

A nudez de Isadora é sempre como nos afrescos da capela de Santa Clara; não existe originalidade nem verdade a não ser nos detalhes.

Mas mudemos de assunto.

Toda a força romanesca num café da manhã é sustentada e condensada pela xícara, faca, margarina, toalha de mesa, pão.

Isadora é a primeira a acordar; e por uma frincha estreita da veneziana vaza o que se denomina luz e essa luz toca sua boca cheia de cansaço.

O nosso quarto, aqui no sobrado da ficção, fica mesmo ali; uma espécie de escotilha rente ao teto; um jeito de prolongar a luz do dia; nem cortina o quarto tem.

A manhã acordou encoberta, chuviscosa, maneira de dizer: as manhãs não acordam, acordamos nós nelas, e também acordam na manhã eu e Isadora. As mulheres, como sabemos, são de ferro; os homens são de papel. Os homens são horríveis. Por isso eu, Baroque Marina, agarro-me à Isadora.

O dia passou, outro veio e se foi. Mas houve Isadora quem, num assovio de cólera, trincasse a xícara e batesse com força a porta da geladeira.

O pinguim estilhaçou no ladrilho da cozinha.

Palavras são palavras, e das pessoas toscas e estouvadas se diz que o são também, o que significa que tudo é palavra: couve, pôr do sol, amor.

Eu, Baroque Marina e Isadora estamos escassos de dinheiro, principiamos a falar de conta de água, não de barca ao rés do mar; de urinol, não de descascar laranjas na varanda.; de despejo, não do açúcar que neva no chá.

Vamos à rua e damos uma volta larga; para o cinema ainda era cedo, talvez pudéssemos ir ao álcool no happy hour do Café Graben.

Nesse momento deve haver no sobrado, na rua das Olivas, 23, um silêncio de se cortar à faca. É ali que fica o sobrado da ficção.

Hoje é domingo, e é também o dia do nihilismo. Comemos dentro do quarto, à luz do candeeiro oscilante, numa atmosfera pesada, de roupas úmidas, colchão duro, coração duro. Vá comprar uma garrafa de pinga, Isadora. Nunca, ela diz.

Cansado eu, Baroque Marina fico, e brabo, feito Ivan, o Terrível; Isadora não foi comprar pinga; vou deitar. Isadora, perdida de catarata nos dois olhos, mastiga páginas da Bíblia pra curar a peçonha. Isadora agora lá no quintal. De um lado para o outro. Fala com as moscas, com as pedras. Vocifera: vai chover.

Reza relâmpago, ama golfinhos e imagina-se sentada na casca de uma ostra.

Isadora pede a si mesma que quer me abandonar, a mim, Baroque Marina. E, infeliz, assim, ela pode? Isadora rebate, com pinga pura, a culpa de ter sido violada por todos os homens desse Balneário de Saavedra.

Cozeu batatinhas, chuchu e lamenta: Uma sanguessuga das gordas é o meu amor, grudada na cara. Isadora joga uma água no rosto. Deita no ladrilho da cozinha. Ela pede a si mesma que abandone a melancolia. Já tinha dado o sangue de um bode e um dedo, mas nada acontecia. Continuava indecisa, insana, insossa, porque o sal todo jogava no chão.

Isadora meio cega, desconcertada: Assim que Baroque Marina morrer eu começo a viver. Eu chego bêbedo em casa e, tirando a camisa branca, ordeno que Isadora a lave para o dia seguinte.

Sete anos casados – cinco vivemos mal – nos destroçam como louças nas pedras. Por isso dorme com uma faca embaixo do travesseiro. Eu juro que não sou insano. Digo que a acho nervosa. Isadora mergulha o rosto nas roupas do varal para acalmar-se ou sumir.

Avanço contra Isadora e a cubro de socos. Alguém me salve, eis sua súplica.

Sangrando muito na clavícula, no queixo. Foge. Corre, que eu te pego. Mais socos e pontapés. Agarro Isadora pelo cabelo comprido. Tento cortar o pescoço dela. Alguém me salve, de novo o lamento. Mas a pinga pura me impede de parar.

Eu, Baroque Marina que, ontem, queria matar Isadora, hoje levanto-me da cama, observo o desalinho dos lençóis, o pesado ferro da ressaca na minha têmpora. Que foi, Isadora? Me cobriu de socos, seu verme.

O inopinado aparecimento da brisa fez com que a cortina ondulasse. Pinga pura a culpada. Não eu. Isadora promete que se vinga. Põe sal no café. Cola no xampu. Prego na cadeira. De manhã, em geral, Isadora costuma reservar um tempo para escutar Mahler na sala. Mas hoje, não; hoje, depois da surra, ela decidiu ficar calada. É a música que permite que ela suporte o insuportável. Para pensar um pensamento profundo, Isadora, às vezes, escolhe ficar imersa na banheira durante horas. Mas hoje, não; hoje, depois da surra, Isadora sai para o quintal com precauções de virgem. Volta para o quarto abafado, onde sete anos convive comigo: o bruto. Exausta, ela desaba no sofá. Uma potente sensação de qualquer coisa faz com que sua cabeça afunde no travesseiro. Com uma incredulidade não fingida, fica olhando para o teto branco, muito branco, e só sabe escutar – não sua voz – mas um cacarejo. A isto se resumiu sua existência fria: um cacarejo. Aconteça o que acontecer, Isadora não está para ninguém – quer ficar só, absolutamente só; não escreve, não toma nenhuma iniciativa.

Não recolhe do varal as peças de roupa. Não mais sob a água do chuveiro a pele. Está ausente no centro de sua presença e diz que seu gato angorá não sabe folhear sequer um livro, nem ler.

Eu não tenho uma mulher de nome Isadora, eu tenho uma invenção. Uma assassina escrita, uma chantagista. Espero que ela nunca encontre um certo Marcuse, quase tão onipresente e onisciente quanto eu, Baroque Marina.

Fernando José Karl

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Dois poemas de Daniel Calmels

A NÁDEGA

Após lavar toda a louça, uma grande e pesada felicidade a esbofeteia. Larga a esponja sem detergente no canto da pia. Estende o pano úmido sobre a louça fria. O dia respira. A cortina pendura um pouco de preguiça. Pensa subitamente na possibilidade de retirar uma de suas nádegas. Um compartimento de borracha será encaixado ao lado da outra nádega. Lá guardará coisas macias, papéis e uma pequena calculadora. Poderá encher a nádega de água em dias de muito calor, ou de areia ou terra em dias tensos. O precioso compartimento será seu solitário segredo. A possibilidade de subtrair uma parcela de seu corpo é o começo de um desejo de contabilizar perdas. Nesse sentido, poderá escolher passar os dias e as noites com ou sem sua nádega inflável. O compartimento de borracha poderá ser desinfetado e lavado facilmente, sendo ajustado em seu corpo como uma bolha portátil. 

Raquel Stolf

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Dois poemas de Vittorio Brausen

1

ZUMBI

ZOOM

BIS

ZOOM

ZUMBIS

NA

PALMA

MOON

NÓS

NOS

ARES

1

Miscigenar todas as culturas, todas as línguas e esgarçar o verbo até a brancura. Estabelecer zoons performáticos nas gargantas dos ouvintes e passantes. Ser Neo, ser a princesa Lea, ser Sookie e ler Dostoievski, Dante, Machado de Assis. nada declarar senão a declaração dos direitos humanos. Abaixo Alain Badiou. O humano é vítima sempre. É necessário resgatá-lo, é necessário dar a ele a pílula vermelha. Eliminar todas as pílulas azuis. Eliminar as ilusões eretas. Deixar a natureza compor o corpo. Sempre!

2

não pare

no

sinal

fechado

NO

MAR

MORE

PARA

do

y

ou

agora

2

Pare! é preciso resgatar Wanderleia. É preciso calar o juiz e parar o casamento. Por um mundo macerado na liberdade. Por um mundo em que Beccaria vive. Sodoma para os Malafaias. Alguém precisa mostrar aos donos da verdade algumas areias movediças. Pare! Que venha a costa do encanto ligando o Jardim Paraíso ao Morro do Mocotó. "Ah meu Mocotó querido!". Pare. Placa mãe no cérebro dos incautos. 2022 agora!

(Vittorio Brausen)