Escritor catarinense Dennis Radünz faz na 55a. Feira do Livro de Porto Alegre, no dia 3, o pré-lançamento do livro "Cidades marinhas: solidões moradas" (Editora Lábias), um volume de prosas publicadas no jornal Diário Catarinense (de 2004 a 2008), com fotografias da série “Homem de açúcar” da artista Aline Dias, prefácio do jornalista Dorva Rezende e concepção editorial e gráfica de Vanessa Schultz e Radünz. Seleção de 1/7 de suas prosas, o livro transita da crônica ao conto, do lírico ao trágico, com ironia e uma escrita sofisticada que revisita a própria infância, fala dos 'associais' (catadores de lixo, andarilhos, desistidos), reescreve a "Máquina do Mundo" de Drummond e visita o linguajar de Guimarães Rosa. A coletânea inclui um poema-crônica - a sextina "Desterra" - e a mais conhecida de suas crônicas, "Cidades marinhas ou que seriam" (2007), em que o narrador imagina oceanos mínimos e portáteis nas pequenas cidades do interior de Santa Catarina. Diz uma das prosas de seu "jornalirismo": “Ler é uma possessão consentida”. Radünz também realiza na Feira leituras dramáticas de Lindolf Bell (lançamento de "Melhores Poemas") e Silveira de Sousa (o escritor homenageado na Feira).
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
Dennis Radünz lança primeiro livro de prosas em Porto Alegre
Escritor catarinense Dennis Radünz faz na 55a. Feira do Livro de Porto Alegre, no dia 3, o pré-lançamento do livro "Cidades marinhas: solidões moradas" (Editora Lábias), um volume de prosas publicadas no jornal Diário Catarinense (de 2004 a 2008), com fotografias da série “Homem de açúcar” da artista Aline Dias, prefácio do jornalista Dorva Rezende e concepção editorial e gráfica de Vanessa Schultz e Radünz. Seleção de 1/7 de suas prosas, o livro transita da crônica ao conto, do lírico ao trágico, com ironia e uma escrita sofisticada que revisita a própria infância, fala dos 'associais' (catadores de lixo, andarilhos, desistidos), reescreve a "Máquina do Mundo" de Drummond e visita o linguajar de Guimarães Rosa. A coletânea inclui um poema-crônica - a sextina "Desterra" - e a mais conhecida de suas crônicas, "Cidades marinhas ou que seriam" (2007), em que o narrador imagina oceanos mínimos e portáteis nas pequenas cidades do interior de Santa Catarina. Diz uma das prosas de seu "jornalirismo": “Ler é uma possessão consentida”. Radünz também realiza na Feira leituras dramáticas de Lindolf Bell (lançamento de "Melhores Poemas") e Silveira de Sousa (o escritor homenageado na Feira).
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
Cristiano Moreira na Feira com O Calafate Míope
Intercâmbio estadual (1)
Santa Catarina é o Estado convidado da 55ª Feira do Livro de Porto Alegre. Cristiano Moreira, escritor natural de Navegantes (Vale do Itajaí) é um dos três selecionados da região para o evento. Os outros São Dennis Radünz e Péricles Prade. O escritor irá para Porto Alegre com o seu segundo livro O Calafate Míope - Cinema Incompleto, baseado na memória e na vida do personagem principal, um profissional de vedação de barcos, o autor participa de um debate com outros escritores, na segunda-feira.
As imagens que ilustram o livro são do fotógrafo Marcos Porto, nosso colega de Santa, tiradas nos estaleiros de construção naval da ribeira do Rio Itajaí-Açu, na margem da cidade litorânea. Funcionam como desenhos de cenas do roteiro poético da vida do calafate míope.
Intercâmbio estadual (2)
Se você está interessado em participar da Feira do Livro, em Porto Alegre, que abre amanhã e segue até 15 de novembro, fique atento. Está rolando uma excursão, que tem saída dia 6 de novembro, em frente à Furb.
A intenção é chegar cedinho e aproveitar bem o evento, bem como a Bienal do Mercosul. Informações pelo email: sheilamad@furb.br.
Fonte: Jornal de Santa Catarina - 29/10/2009.
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
Três singulares na Feira do Livro de Porto Alegre
Santa Catarina é o estado homenageado na Feira
A Feira do Livro de Porto Alegre contará com a participação expressiva da literatura catarinense durante sua 55ª edição, que começa nesta sexta-feira (30) e termina em 15 de novembro. Este ano, Santa Catarina comparece como Estado Convidado, e 15 escritores e estudiosos de literatura foram indicados para integrarem a movimentada programação da feira, participando de mesas redondas e divulgando seus trabalhos.
O catarinense Silveira de Souza será o escritor homenageado, em uma lista da qual também fazem parte Dennis Radünz, Carlos Henrique Schroeder, Rodrigo de Haro, Alcides Buss, Amilcar Neves, Clotilde Zingali, Ramone Abreu Amado, Cristiano Moreira, Fabio Brüggemann, Tânia Piacentini, Péricles Prade, Eliane Debus, Marco Vasques e Tânia Ramos. “Levamos em conta a qualidade e representatividade literária desses escritores e estudiosos. Tomamos cuidado para também indicar representantes da nova geração da literatura catarinense, e procuramos representantes de fora da Capital, apesar de haver grande concentração de escritores em Florianópolis, o que é natural. Foi um trabalho difícil, inclusive tivemos convidados que declinaram por problemas pessoais, como agenda comprometida ou problemas de saúde”, explica a diretora de Difusão Artística da Fundação Catarinense de Cultura (FCC), Mary Garcia, que coordena a ida da comitiva catarinense para a Feira.
Ela lembra que esta é a primeira vez que Santa Catarina participa como Estado Convidado. Segundo o presidente da Câmara Rio-Grandense do Livro João Carneiro, entre os motivos que levaram à escolha do Estado estão a possibilidade de troca cultural com o Rio Grande do Sul e a riqueza da cultura catarinense, em especial no que se refere à produção literária e editorial. Para Mary Garcia, a participação é muito importante para o Estado. ?Essa é uma oportunidade muito especial para promover o contato com escritores de todo o Brasil e do exterior, mostrar nossa literatura e apresentar o pensamento catarinense através dos debates?, considera.
A homenagem ao escritor Silveira de Souza está prevista para o dia 02 de novembro, segunda-feira, e será precedida pela declamação de dois contos do autor pelo também literato Dennis Radünz. No dia anterior (1), Silveira de Souza autografará seu décimo livro, “Janela de Varrer”, da Editora Bernuncia, lançado em 2006. Aos 76 anos, o ocupante da 33ª cadeira da Academia Catarinense de Letras transita entre os diversos gêneros literários e é reconhecido pela habilidade em transformar os desencontros da vivência humana em ficção. Os catarinenses protagonizarão também muitos lançamentos de livros e sessões de autógrafos, e integrarão mesas redondas sobre temas variados, como reedição dos autores dos séculos XIX e XX, novos editores e autores e leitura na internet.
A Feira do Livro de Porto Alegre é maior feira a céu aberto da América Latina e atrai milhares de pessoas todos os anos. Toda a estrutura será montada na Praça da Alfândega, no Centro de Porto Alegre, onde estará também o estande catarinense. Lá, os escritores se revezarão no lançamento de livros, encontros e oficinas. Segundo Mary Garcia, a permanência média dos autores de Santa Catarina na feira será de dois dias para cada um. Ela ressalta que a FCC vai arcar apenas com o valor das passagens, já que hospedagem, alimentação e translado do hotel ao evento serão pagos pela Câmara Riograndense do Livro.
MESA 2 “Literatura Catarinense: Novos Autores/Editores”
DIA: 02 de novembro de 2009
HORÁRIO: 17h30 - Sala O Arquipélago - CCCEV
Péricles Prade
Cristiano Moreira
Dennis Radünz
Fabio Brüggemann
Marco Vasques
Matéria feita pela jornalista Deluana Buss
Crônica de Rubens da Cunha
Rubens da Cunha
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
Crônica de Rubens da Cunha
"Nada se salva quando suamos desgraça.” Esta frase é do romance “A Vida Breve”, do uruguaio Juan Carlos Onetti. Trata-se de um romance paradigmático do século 20, com personagens intensos, que transitam entre relacionamentos, escolhas erradas, traições. A frase carrega em si uma verdade explícita, que, no mundo contemporâneo, poderia ser facilmente abduzida por um manual qualquer de auto-ajuda e se tornaria mais um clichê pró-felicidade 100%. É evidente que nada se salva quando suamos desgraça, mas também nada se salva quando suamos felicidade, fé, ódio, amor, quer dizer, quando nos reduzimos a uma coisa só, a um campo de visão apenas, quando elegemos uma verdade única e imutável. Tenho visto muito isso ultimamente: gente cada vez mais escudada por uma ideia fixa, seja negativa ou positiva. Já diz o ditado: quem tem um filho não tem nenhum. O mesmo se pode dizer das ideias, dos sentimentos, dos caminhos escolhidos. Penso que o suor humano deva ser misturado, deva ser vitimado pela dúvida, pela inconstância, pela alegria tanto quanto pelo desespero, pela angústia, enfim, somos mais completos quando somos múltiplos, “umasómultiplamatéria”, para usar a expressão de outra grande: Hilda Hilst. Dentro do romance “A Vida Breve”, esta frase vem acompanhada de uma interessante teoria do personagem que a pronunciou. De acordo com ele, quando suamos desgraça é preciso que a gente queime toda a roupa velha. Tem de queimar, destruir, não pode doar, pois se a roupa for passada para outro ela “arrastará seu novo dono e nos perseguirá”, a roupa retornará a nós para devolver seu veneno. O personagem recomenda também que, além de queimar a roupa, é preciso tomar um banho bem quente e beber um copo de sulfato de magnésio, o famoso “salamargo”, dormir e pronto: no outro dia, “tão novo como um recém-nascido, tão alheio a seu passado como o monte de cinzas que deixa atrás de si”. Não há dúvida que se empenhar em conseguir ser menos obcecado por algo único passa por queimar tudo, largar velharias, abandonar dogmas, desistir de sonhos, experimentar novas aberturas. Claro, nem sempre precisa ser tão radical. Pode-se abrir uma nova porta sem necessariamente fechar a antiga, mas é preciso perceber quando a velha porta aberta nos fecha novos caminhos. Enfim, é sempre algo angustiante, algo que nos tira a certeza. Os personagens de “A Vida Breve” vivem dentro desse universo de agarrar-se ou desgarrar-se, apegar-se ou desapegar-se. Talvez, por isso, seja um romance tão atual, pois retrata os avessos e os direitos da humanidade, ao mesmo tempo em que é também um romance difícil, pois estamos cada vez mais inseguros, mais necessitados de portos seguros, de visões e conceitos únicos. Está cada vez mais difícil ser “a metamorfose ambulante” do velho Raulzito, mas precisamos tentar: ideias únicas e roupas velhas já levaram o mundo a grandes guerras e grandes violências. E como prenuncia tão bem o romance de Onetti, a vida é breve para ficarmos presos a ninharias. Temos é que viver a largueza da brevidade da vida.
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
Poemas de Marco Vasques na Casa das Rosas
sábado, 17 de outubro de 2009
Poesia para gostar de ler Poesia
Uma antologia da poesia joinvilense
Organização
"Uma antologia desta natureza exige um olhar generoso dos organizadores sobre o que se produz ou se produziu na cidade. É claro que nem todos que ali estão são gênios e gravarão seu nome para a posteridade literária (quem tem o nome assegurado nela?), mas todos que ali estão marcaram ou marcarão de algum modo a feitura poética exercida naquele espaço geográfico. Assim acontece com a história universal da literatura. Quando Octavio Paz diz que “um poema é um caracol onde ressoa a música do mundo” fico me perguntando que tipo de poema tem esse poder? Às vezes, e isso acontece, um poeta brilhante passa quase sem ser visto quando um e outro poeta mediano entra no leitor. Vai entender essa lógica? Mas no fim, tudo se assenta, veja o caso do Sousândrade e outros?"
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
Global Editora faz Roteiro da Poesia Brasileira
Por Edson Burg
Um roteiro coerente depende do desenvolvimento e da ação de seus personagens. "Roteiro da Poesia Brasileira", coleção da Global Editora que desde 2007 tem a missão de traçar um histórico de nossos poetas, chega ao seu último volume com mais um catarinense entre seus homenageados: Marco Vasques está entre os selecionados por Marco Lucchesi como um dos expoentes da "Geração 2000".
"Roteiro da Poesia Brasileira" almeja mostrar a evolução da poesia do Brasil desde suas origens, no século 17, até os dias atuais. A coleção teve início em 2007 com os volumes sobre Raízes (seleção de Ivan Teixeira), Arcadismo (seleção de Domício Proença Filho), Parnasianismo (seleção de Sânzio de Azevedo) e Simbolismo (seleção de Lauro Junkes, membro da Academia Catarinense de Letras). Depois dos movimentos, o roteiro começou seu périplo pelos anos 30 e, década por década, chegou até a contemporaneidade.
Em 15 edições, um passeio pela vida e obra por cânones como Carlos Drummond de Andrade, Vincíus de Moraes e Manuel Bandeira, entre tantos outros. Além de Marco Vasques, os catarinenses Lindolf Bell, Péricles Prade e Alcides Buss já foram selecionados para outros volumes da antologia.
"É mais importante do que publicar um livro próprio", ressalta Marco. "A editora é a melhor no Brasil na publicação de poesias. Estar vinculado à essa antologia é colocar o autor na história da poesia do Brasil", complementa. Marco passou a infância e adolescência em Joinville e hoje mora na Capital, onde trabalha como gerente de políticas de cultura da Secretaria de Turismo, Cultura e Esporte do Governo do Estado.
O processo de seleção para a "Geração 2000" do "Roteiro da Poesia Brasileira" começou em 2006, quando o organizador Marco Lucchesi entrou em contato com o catarinense. "Eu não o conhecia. Ele soube do meu trabalho por meio de 'Elegias Urbanas' (livro de poemas de Marco Vasques lançado em 2005) e me pediu para enviar algum material", conta o autor. Em junho do ano passado, a própria editora confirmou a seleção de quatro poemas. Para Marco, uma forma de tornar sua obra poética conhecida no Brasil. "Participo de muitos eventos em outros estados brasileiros, e em alguns lugares meus livros não chegam. Agora, é diferente, é uma editora de alcance nacional", explica.
"Roteiro da Poesia Brasileira - Geração 2000" deverá ser lançado ainda esse mês, em São Paulo. Além da antologia brasileira, recentemente Marco foi selecionado para participar do projeto "Máscaras de Orfeu", publicação que reúne obras de poetas brasileiros e da República Dominicana.
Um dos poemas de Marco Vasques selecionado para a antologia.
"não desperteis nem acordeis meu amor,
antes que ela o queira"
(Cântico dos Cânticos)
desde que foi dado a qualquer coração
o itinerário histriônico de um palco onde a sucessão
de camas borda seus lençóis com a gênese de gônadas
os funerais já previam um berço na escadaria de Odessa
desde que fui expulso da casa onde mais amei
os olhos se fixaram na parede de um quarto
e se alojaram nos furos dos tijolos
para não mais se assustar com as gangorras de pneus
que balançam fantasmas de gerações de suicidas
se algo subtrai a cor das flores devolvidas
é a ausência do perfume que ainda se precipita
no abismo de uma sacada por onde antes olhei estrelas
com gosto de manhã na pele
e saliva trocada nos sexos
ao banhar-me lavo pés que não são meus
alimento-me com bocas de outros planetas
durmo com o corpo que é fusão de dois estranhos
com a luz do sol vejo
o que dita a bengala
pois meus olhos estão no reboco daquela parede
desde que foi dado a qualquer coração
o itinerário histriônico de um palco onde a sucessão
de camas borda seus lençóis com a gênese de gônadas
os funerais já previam um berço na escadaria de Odessa
Conheça a Coleção "Roteiro da Poesia Brasileira", Global Editora
Poesia brasileira e dominicana
Máscaras de Orfeu (poesia brasileña e dominicana) é uma antologia que reúne 29 poetas e tem por objetivo criar um diálogo entre as estéticas praticadas por poetas contemporâneos brasileiros e dominicanos. São 14 poetas brasileiros selecionados pelo cearense Floriano Martins (poeta e editor da revista eletrônica Agulha) e 15 poetas dominicanos selecionados por Basílio Belliard (poeta e crítico de poesia da República Dominicana). Marco Vasques, do poetas no singular, foi um dos brasileiros selecionados. A edição é de 2009 e foi financiada pela Ediciones de la Secreataría de Estado de Cultura da República Dominicana.
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
Umas poéticas singulares
poeta e crítico de poesia.
É curador e assessor de imprensa do site Poetas no Singular.