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terça-feira, 22 de março de 2011

Poeta reaparece após terremoto

estávamos longe do japão, muito longe. além disso as terras naquele lugar alagam, mas não se ouviu dizer até o momento que se alargam movidas por qualquer choque de placas tectônicas. o fato é que, mesmo assim com terra cercada por colinas cortada apenas por um rio, de temperamento instável é certo, mas um rio ainda que fora suas sístoles e diástoles violentas, contribui para as cores das blumen (pois assim é o plural, die blumen) de blumenau.
foi nesta terra de flores que reapareceu ou foi encontrado o poeta marcelo steil.
muitos diziam que ele havia fundido-se entre os metais com os quais trabalha e que sua densidade havia diminuido a ponto de desaparecer. especulações que se faziam nas cochias deste sitio estranho dos singulares.
abriremos um colchete para os mais aguçados ou inguiçados que queiram descobrir que tipo de densidade possuem
[ METAL DENSIDADE (g.cm-3) Alumínio 2,70-Bário 3,59-Berílio 1,85-Bismuto 8,90-Cádmio 8,65-Cálcio 1,53-Césio 1,87-Crômio 7,19-Cobalto 8,80-Cobre 8,93-Gálio 5,91-Ouro 19,28-Ferro 7,87-Chumbo 11,34-Lítio 0,53-Magnésio 1,74-Manganês 7,47-Níquel 8,91-Estanho 7,29-Platina 21,45-Paládio 12,00-Mercúrio 13,55-Prata 10,50-Titânio 4,55-Tungstênio 19,30-Urânio 18,95-Zinco 7,14]

o fato é que encontrei o poeta após o terremoto que houve lá no japão. sorte estarmos em blumenau, sorte ter encontrado uma pessoa que possuía o número de telefone do marcelo steil. sorte não haver enchente naquele fim de semana.
o bardo continua escrevendo e muito bem devo dizer, para quem possa interessar. estou com vários poemas (três volumosos tomos de poemas escritos ao longo de seu suposto desaparecimento entre as flores de blumenau (repito o plural é die blumen). em um dos volumes aparecem os vestígios do cante jondo em poemas cujos sextetos compostos em dísticos rimados versam sobre a cultura da tauromaquia.
sou portador da boa nova senhores! marcelo steil ainda existe! eis as provas:

Poema de MaRcElo sTeIl


fruto do amor desfeito

c’os pêlos do pincel

o pintor pintou-se igual

ao sonho que tivera

quando foi-se o carnaval

riscou rude na calçada

com o caco duma telha

o nome da moça amada

horas depois de perdê-la

e esculpiu no próprio punho

com estiletes de inverno

o aroma do deserto

que ficou entre seus gestos



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