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segunda-feira, 11 de abril de 2011



Pensamentos

de

Henri Michaux

(1889-1984)


Ai dos que se contentam com pouco.

A fortuna mais uma vez, a fortuna com língua de óleo, tendo lavado minhas feridas, a fortuna como um cabelo que pegamos e que trançaríamos aos nossos, tendo-me pego e unido indissoluvelmente a ela, de repente quando eu já saboreava a alegria, de repente a Morte veio e disse: "É hora. Venha." A Morte para todo o sempre a Morte agora.

Aqueles que repudiaram o seu demônio importunam-nos com os seus anjos.

A aprendizagem da aranha não é para a mosca.

Se um espírito contemplativo se deita à água, não tentará nadar, procurará, primeiro, compreender a água. E afogar-se-á.

É doloroso acreditar que seja natural e conhecido de todos. Às vezes, tão profundamente engajado em mim mesmo em uma bolha única e densa que, sentado na cadeira, à dois metros da lâmpada posta sobre a mesa de trabalho, com muito custo e depois de um longo tempo que os olhos permaneceram bem abertos, chego a lançar até ela um olhar.

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