Procuro os resquícios de uma menina que fui, mansa, solta, fresta de janela.
Endureço com o ar gelado dos invernos sucessivos,
cada vez mais casca, noite.
Onde estão as borboletas refletindo partículas,
o sopro da vela de aniversário,
a folha verde em formas criadas,
a clareza e o azul de um jardim gigante de segredos?
Me indico e suplico alguma volta, que não curva,
que não ascende nem pretende.
Restituo presságios em camadas recobertas,
descasco a superfície.
Mas, por dentro, só,
involucrada.
Clarice Steil Siewert
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