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sexta-feira, 22 de junho de 2012

INVERNO

Procuro os resquícios de uma menina que fui, mansa, solta, fresta de janela. Endureço com o ar gelado dos invernos sucessivos, cada vez mais casca, noite. Onde estão as borboletas refletindo partículas, o sopro da vela de aniversário, a folha verde em formas criadas, a clareza e o azul de um jardim gigante de segredos? Me indico e suplico alguma volta, que não curva, que não ascende nem pretende. Restituo presságios em camadas recobertas, descasco a superfície. Mas, por dentro, só, involucrada. Clarice Steil Siewert

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