a minha origem mineral, feixe de palha,
embebida em óleos leves, inflama-se - Osíris,
por quem as tochas na cidade egípcia:
acesa: na entranha a figura de óleo e de água,
transmigra nas formas da virgem Maria:
a romaria na rua abrasa-me a íris ainda
em Santa Catarina, Petrolândia: Sexta Santa:
um Vice-prefeito viu pedras que esfumam
ou nublam-se em chapas de ferro e em brasa,
em círios, névoa, nimbo: tremor no interior
dos tímpanos: o aroma úmido de bússolas
e uns helicópteros na costeira, em buscas
de corpos e origens: ou almas, sísmicas, onde
as histórias geológicas se misturam
no refino do fóssil de todos os dias.
diz-me um da Economia: milênios
se consomem, de Uruk ao Iraque,
e ele, consumidor se consumindo,
consome-se na leitura dos astros:
Varuna, por exemplo, é recente
no Sistema de lucros e desastres:
bálsamo da terra: betume: bréia: alcatrão: azeite: asfalto: óleo mineral: óleo de rocha: óleo da terra: resina: lama: pissasfalto: óleo de São Quirino: de Sêneca: de Medéia: piche de Trinidad: pez de Barbados: múmia: nafta: malta: óleo de Rangum: nafta da Pérsia: betume da Judéia.
a minha origem, animal, afunda em poços
além do nado ou das sondas
mais hidrogênio que algas, ondas de rádio
nas ondas - homem de vento,
extraio sol de onde não tenho
Dennis Radunz
dunz
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