...

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Fritz Henle, 1945




Se ali o céu, acúmulo de ar, ourografia nebulosa, água corrente o céu: via régia: linguaviagem em direção ao sabre lúcido, à prosa da piscina vista do belvedere. Ouçamos, pois, como soa o céu: sem anular o sonho, antes o vivifica. Se o céu parece comum, é porque não o vimos ainda. Despojar a palavra da palavra, confessá-la em música. O céu passou, mas o rastro do céu, fixo nesta matéria fina de toda certeza: a palavra: permanece ao alcance do sopro que a língua da tempestade cura.


Fernando José Karl

Um comentário:

Antonio Carlos Floriano disse...

que texto bacana karl. nesse mundo deletado de tudo é sempre bom encontrar alguma sombra para o descanso.