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sábado, 25 de setembro de 2010

David Moore, 1957



Esfinge ao sol, enquanto durmo.

Se eu acordasse agora, então o quê?

Um olho aberto, outro fechado,

a esfinge sonha com meus olhos.

Meus olhos nessa luminância

dos olhos da esfinge de cal.

Meus olhos são alísios, alívios

nos olhos da esfinge no pátio.

Esfinge apagando altas estrelas,

que depois meus olhos reacendem.

E por que esfinge, por que olhos?

Seria mais simples não haver vida

– nenhuma palavra –

seria mais simples não morrer.


Fernando José Karl

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