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domingo, 12 de agosto de 2012

SEM TÍTULO

teu hortelã respira um perfume delicado
dança na brisa e ultrapassa os cabelos de larissa
meu melhor achado
o maior segredo impresso
na palma de minha mão

calo e suspeito da perfeição

Poema de Antonio Carlos Floriano
Sumiê de Kazuo Wakabayashi

Antonio Carlos

Um comentário:

Anônimo disse...

A PALAVRA

A palavra é uma estátua submersa, um leopardo
que estremece em escuros bosques, uma anémona
sobre uma cabeleira. Por vezes é uma estrela
que projecta a sua sombra sobre um torso.
Ei-la sem destino no clamor da noite,
cega e nua, mas vibrante de desejo
como uma magnólia molhada. Rápida é a boca
que apenas aflora os raios de uma outra luz.
Toco-lhe os subtis tornozelos, os cabelos ardentes
e vejo uma água límpida numa concha marinha.
É sempre um corpo amante e fugidio
que canta num mar musical o sangue das vogais.

António Ramos Rosa