POR MARCO VASQUES
HISTÓRIA DE MEIA SOLA
O ator Fernán Cardama é capaz de fazer uma pedra chorar. Ele é capaz de muito mais. Muito! É capaz de fazer uma plateia inteira acreditar que a pedra chora. Talvez seja capaz mesmo de fazer com que alguns espectadores chorem com a pedra. Afeito ao feitiço e à magia o ator argentino foi um dos destaques do Festival Internacional de Teatro de Objetos. Manipulador ciente de sua arte e ator preciso no jogo que estabelece entre sua presença e a presença viva [presença-vida] dos objetos que manipula. Ele não se sobrepõe aos objetos. Pelo contrário: vive a cena por e para os objetos. E leva o público do riso solto e leve a reflexão séria e profunda. Na última noite do Festival Internacional de Teatro de Objetos, nesta segunda-feira, ele conduziu o espetáculo Histórias de Meia Sola com mais uma atuação memorável. O sapateiro Aquiles Petruchelli, de sua sapataria, exibe ao público uma variedade de sapatos: pequenos, grandes, valentes, apaixonados, otimistas, solidários, de histórias infantis, solitários, suicidas. Enfim, como os humanos, os sapatos são desiguais e cada sapato tem o seu cheiro, a sua música, a sua dor, o seu desejo, a sua profissão, a sua luta e a sua história. Aquiles Petruchelli crê em seus sapatos e compartilha sua crença com todos. Uma das cenas de pura teatralidade do espetáculo é a metáfora criada para falar da ditadura argentina (1976-1983). O lobo come chapeuzinho e há uma assembleia pública [metáfora evidente das mães da Praça de Maio] para reivindicar o reaparecimento da menina. Um momento de rara poesia e imensa teatralidade. Nunca mais olharei para os meus sapatos sem lembrar da arte de Fernán Cardama que faz de cada espetáculo seu uma sucessão de grandes poemas: odes, elegias, haicais urbanos e, até mesmo, épicos. É uma sinfonia de poesia a arte deste argentino.
O ator Fernán Cardama é capaz de fazer uma pedra chorar. Ele é capaz de muito mais. Muito! É capaz de fazer uma plateia inteira acreditar que a pedra chora. Talvez seja capaz mesmo de fazer com que alguns espectadores chorem com a pedra. Afeito ao feitiço e à magia o ator argentino foi um dos destaques do Festival Internacional de Teatro de Objetos. Manipulador ciente de sua arte e ator preciso no jogo que estabelece entre sua presença e a presença viva [presença-vida] dos objetos que manipula. Ele não se sobrepõe aos objetos. Pelo contrário: vive a cena por e para os objetos. E leva o público do riso solto e leve a reflexão séria e profunda. Na última noite do Festival Internacional de Teatro de Objetos, nesta segunda-feira, ele conduziu o espetáculo Histórias de Meia Sola com mais uma atuação memorável. O sapateiro Aquiles Petruchelli, de sua sapataria, exibe ao público uma variedade de sapatos: pequenos, grandes, valentes, apaixonados, otimistas, solidários, de histórias infantis, solitários, suicidas. Enfim, como os humanos, os sapatos são desiguais e cada sapato tem o seu cheiro, a sua música, a sua dor, o seu desejo, a sua profissão, a sua luta e a sua história. Aquiles Petruchelli crê em seus sapatos e compartilha sua crença com todos. Uma das cenas de pura teatralidade do espetáculo é a metáfora criada para falar da ditadura argentina (1976-1983). O lobo come chapeuzinho e há uma assembleia pública [metáfora evidente das mães da Praça de Maio] para reivindicar o reaparecimento da menina. Um momento de rara poesia e imensa teatralidade. Nunca mais olharei para os meus sapatos sem lembrar da arte de Fernán Cardama que faz de cada espetáculo seu uma sucessão de grandes poemas: odes, elegias, haicais urbanos e, até mesmo, épicos. É uma sinfonia de poesia a arte deste argentino.
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