Uma das suas definições mais debatidas, a de cultura pós-filosófica, repropõe o problema da transdisciplinaridade, tanto no nível teórico como no institucional.
Todo esse problema nasce do desejo de reagir contra a noção científica de filosofia. A filosofia não é uma disciplina quase científica: no momento em que se pensa nela em continuidade com literatura não tem mais sentido nenhuma segmentação disciplinar. Parece-me que na Europa se lê a filosofia nesta chave já há muitíssimo tempo. Valéry e Sartre perambulavam de uma para a outra conforme o momento. E parece-me uma condição bastante desejável não ter mais de preocupar-se se estamos escrevendo filosofia ou literatura. Nos Estados Unidos, não se pode permitir isso porque é necessário prestar atenção a que departamento se pertence.
(A Filosofia Americana, Unesp, 2003)
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