Esfinge ao sol, enquanto durmo.
Se eu acordasse agora, então o quê?
Um olho aberto, outro fechado,
a esfinge sonha com meus olhos.
Meus olhos nessa luminância
dos olhos da esfinge de cal.
Meus olhos são alísios, alívios
nos olhos da esfinge no pátio.
Esfinge apagando altas estrelas,
que depois meus olhos reacendem.
E por que esfinge, por que olhos?
Seria mais simples não haver vida
– nenhuma palavra –
Fernando José Karl,
um espírito impossível do animal
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