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sábado, 9 de janeiro de 2010

Um poema de Dennis Radünz

DOIS INCÓGNITOS


(x)

esse copo de café, paralisado,
demasiado arremessado sobre a mesa.
cemitério de açúcares ao leite,
descido desde as próprias ribanceiras.
o copo rodeado pelos dentros

o nó dos dedos tamborila sobre o tampo
um toque lento entre a louça entreaberta
em mesa posta para o espírito do escasso
ou para o plasma que tocasse os relentos
(...................................................................)


(y)

copo consumido em extremos
desde os lados do além até um centro
que é de ilhas diluídas e defesa
contra os lados de uns vidros acuados
pelos pesos de seu muito peso líquido

mas chega ausente e ( é pó ) desalimenta
na desmesura do que nunca se condensa
nem ossa um sopro de conviva no espaço
e a mesa volta ao cedro íntimo e silêncios
(na noite inútil irrespirada pelos ventos)

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