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segunda-feira, 26 de abril de 2010

Poema de Cristiano Moreira

Rosmarinus

para patrícia que sabe esta flora





antes do raio, a mão sobre a cabeça
foi gesto desenhado no escuro

não era pedra ou rio aquele mundo
antes, arco voltaico sobre os ombros

fronteiras aéreas de espaços abertos
salva pelo rosmarinus impassível

na soleira lado leste da cabana
soleira sem sol, leituras cinzas

quando raio, a mão colada ao corpo
toca pele rugosa sem infância

nas rugas o verniz desaparece
resta impronta do raio que se apaga

na memória, o ruído dos teus passos
são ruínas do escuro em meu corpo

membrana deste espaço maculada
na ausência de teu corpo todo fótons.