Mar para Bolívia
Elvira Hernández
Há um mar que intranquilo nos banha
que já começa a perder a paciência
a salmora a oxigenação
os tombos das belas marolas.
Não lhes servem os emissários que lhe são enviados
não lhes servem para nada.
Emporcalham a relação a diplomacia aceita
os ancestrais costumes.
Limite para tanta coisa descarregada
entra por um olvido.
Por este outro nem sequer a espuma de Poseidon
- possessão legítima de tratos
manto oleoso de navios atracados
comércio de cais
peripécia de cidades-
entra.
Permanece aí tratando de entender
no ar.
Mamacocha espera os da sua linhagem
espera com ânsias, vão os que tem que ir
ao parto do preparativo cerimonial da
irmandade da água, da terra e do céu.
Trad. Cristiano Moreira
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