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segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Poema de Helvira Hernandez

Mar para Bolívia

Elvira Hernández

Há um mar que intranquilo nos banha

que já começa a perder a paciência

a salmora a oxigenação

os tombos das belas marolas.

Não lhes servem os emissários que lhe são enviados

não lhes servem para nada.

Emporcalham a relação a diplomacia aceita

os ancestrais costumes.

Limite para tanta coisa descarregada

entra por um olvido.

Por este outro nem sequer a espuma de Poseidon

- possessão legítima de tratos

manto oleoso de navios atracados

comércio de cais

peripécia de cidades-

entra.

Permanece aí tratando de entender

no ar.

Mamacocha espera os da sua linhagem

espera com ânsias, vão os que tem que ir

ao parto do preparativo cerimonial da

irmandade da água, da terra e do céu.

Trad. Cristiano Moreira

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