LIFE.STORIES – PULSAÇÃO POÉTICA
A companhia Marc Schnittger Figuren Theatre, da Alemanha, apresenta o espetáculo LIFE.STORIES no Teatro Álvaro de Carvalho neste final de semana. Utilizando-se da técnica de bonecos de luva, o grupo de manipuladores mostra ao público que é possível criar uma partitura poética a partir de histórias cotidianas e simples. Sim. Porque os conflitos de LIFE.STORIES perpassam a vida de qualquer mortal: religião, sexo, amor, vícios, poder e morte. Uma sucessão de pequenas histórias que se cruzam. [O homem cai no mundo. Assim começa o espetáculo: um homem perdido no espaço chegando ao mundo. Metáfora do nascimento/desespero, do nascimento/esperança. A partir deste momento as histórias que compõem o espetáculo se entrecruzam. Um cineasta pretensioso que quer, moderníssimo, fazer um filme pornô para desbancar Bergman e Fassbinder. Um taxista que ouvi e convive com seus passageiros. Um barman. Um bêbado. Mãe e filha que vão ao cemitério visitar o morto. A morte que se apaixona e poupa a vida de uns condenados. Um padre que se masturba ao ouvir (em ato de confissão) as peripécias sexuais de uma mulher. Um cão alcoólatra...] Enfim, em LIFE.STORIES tudo é encontro e desencontro. Ironia e reflexão. Uma história dentro da outra que está dentro da outra. A história da humanidade: uma civilização dentro da outro que está dentro da outra que destruiu uma outra. Bonecos, objetos, luz e som ganham um tratamento plástico minimalistas, contidos. Só há excesso na beleza em LIFE.STORIES. A assinatura da direção é de Martin Maria Blau que conseguiu a energia vital do teatro: a pulsão poética. Contudo não poderíamos deixar de ressaltar o tom trágico do trabalho, mas se trata do trágico diário, dos pequenos tsunamis humanos. A leveza que há no espetáculo só é possível porque há uma voz que diz: cessem a eternidade que nascemos para a morte. Diz mais: somos pulsão de vida e pulsão de morte: Eros e Tânatos. A morte vem para o plano da vida. Ela é pensada a partir de sua condição terrestre e natural. LIFE.STORIES fala das nossas histórias, das nossas fraturas diárias. Faz isso com leveza, ironia, sutileza e muita técnica teatral. Um espetáculo para ser visto de joelhos. Estamos diante de uma obra que nos provoca: se temos uma vida e vamos vivê-la por uma única vez, como uma vela que ao emanar luz se consome, façamos da vida um poema com toda pulsão poética possível. Então, neste domingo, vá ao Teatro Álvaro de Carvalho preparado para vivenciar um raro momento estético.
A companhia Marc Schnittger Figuren Theatre, da Alemanha, apresenta o espetáculo LIFE.STORIES no Teatro Álvaro de Carvalho neste final de semana. Utilizando-se da técnica de bonecos de luva, o grupo de manipuladores mostra ao público que é possível criar uma partitura poética a partir de histórias cotidianas e simples. Sim. Porque os conflitos de LIFE.STORIES perpassam a vida de qualquer mortal: religião, sexo, amor, vícios, poder e morte. Uma sucessão de pequenas histórias que se cruzam. [O homem cai no mundo. Assim começa o espetáculo: um homem perdido no espaço chegando ao mundo. Metáfora do nascimento/desespero, do nascimento/esperança. A partir deste momento as histórias que compõem o espetáculo se entrecruzam. Um cineasta pretensioso que quer, moderníssimo, fazer um filme pornô para desbancar Bergman e Fassbinder. Um taxista que ouvi e convive com seus passageiros. Um barman. Um bêbado. Mãe e filha que vão ao cemitério visitar o morto. A morte que se apaixona e poupa a vida de uns condenados. Um padre que se masturba ao ouvir (em ato de confissão) as peripécias sexuais de uma mulher. Um cão alcoólatra...] Enfim, em LIFE.STORIES tudo é encontro e desencontro. Ironia e reflexão. Uma história dentro da outra que está dentro da outra. A história da humanidade: uma civilização dentro da outro que está dentro da outra que destruiu uma outra. Bonecos, objetos, luz e som ganham um tratamento plástico minimalistas, contidos. Só há excesso na beleza em LIFE.STORIES. A assinatura da direção é de Martin Maria Blau que conseguiu a energia vital do teatro: a pulsão poética. Contudo não poderíamos deixar de ressaltar o tom trágico do trabalho, mas se trata do trágico diário, dos pequenos tsunamis humanos. A leveza que há no espetáculo só é possível porque há uma voz que diz: cessem a eternidade que nascemos para a morte. Diz mais: somos pulsão de vida e pulsão de morte: Eros e Tânatos. A morte vem para o plano da vida. Ela é pensada a partir de sua condição terrestre e natural. LIFE.STORIES fala das nossas histórias, das nossas fraturas diárias. Faz isso com leveza, ironia, sutileza e muita técnica teatral. Um espetáculo para ser visto de joelhos. Estamos diante de uma obra que nos provoca: se temos uma vida e vamos vivê-la por uma única vez, como uma vela que ao emanar luz se consome, façamos da vida um poema com toda pulsão poética possível. Então, neste domingo, vá ao Teatro Álvaro de Carvalho preparado para vivenciar um raro momento estético.
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