Imagem: aquarela de Marlene edir Severino.Algas secas no cascalho,
na areia, lavam com as ondas
o sal e o cântaro, o mel e a flauta:
teu cheiro chega com o vendaval, a pedra do peixe.
Meu sopro à beira do vulcão,
mas não posso ir mais fundo do que já me encontro.
Chove chuva na caixa de vidro.
Vislumbro tua sombra na vidraça,
embaça: sombra de tua sombra,
como mantras de Aruanda,
um traço azul, aquele fino traço:
mensagem na garrafa atirada ao mar
soa como gongo embalado no movimento das ondas.
A música lava, mas continuo aqui: devo morar no silêncio.
Marlene Edir Severino
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