Minha paisagem está desconstruída por esses gigantes. Chegaram numa tarde e me assustei ao vê-los imóveis confundidos no azul. Para mim o rio siginificava o passeio pela lama dos trapiches e os anodos jogados para roubar e vender no ferro velho. Roubávamos cobre e tudo que pudesse ser vendido. Era uma vida de vadiagem, de delito e pequenos crimes perdoáveis. Isso por debaixo dos trapiches e da água desenhada de óleo dos costados de pesca. Hoje a paisagem do rio está tomada por esses braços móveis. Tem noite, que parecem avançar e me perceber por detrás do blecaute, esqueleto de algum animal pré histórico revividos em aço , ainda imóveis à espera de navios. Os guindastes vão tomando conta dos metros de margens do rio Itajaí açú e e espantando os pequenos marginais. Pequenos ladrões que fomos.
Antonio Carlos Floriano
2 comentários:
Lindo! Pura imagem.
Floriano,gostei de:
Isso por debaixo dos trapiches e da água desenhada de óleo dos costados de pesca.
Devias escrever uma pequena novela sobre tua infância:
À sombra dos trapiches em flor
Abraço
Karl
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