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quarta-feira, 3 de março de 2010

Poema de Cristiano Moreira

Fotografia de um homem

segurando o tambor.



Para Fernando Karl



Não sei não aquela fotografia

grafava em tanto pouca imagem

que não eu sabia o que procurar.


Procurava o que não havia lá

na imagem perdida em alto mar:

Tinta automarinha feita de corais.


Cor submersa na palavra que ele

repetia com um bater de tambor,

eis talvez o que havia na foto


da portada do sitio onde morava.

Assim da imagem eu procurava

a palavra que fundisse à gravura


um sopro verde de epoméias.

E a palavra veio na onda seguinte

e era a palavra alegria que girava


na água da imagem por trás

da imagem que foto- grafava

tambor firme na mão do poeta.

Um comentário:

ítalo puccini disse...

parabéns pelo poema, cristiano.

postei um poema teu, do "rebojo", no meu blog, o um-sentir.

grande abraço daqui da jaraguá!