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sexta-feira, 4 de junho de 2010

Poema de Cristiano Moreira

olho de loiça



escrever na chuva sem tempo

é depositar na água impressão dum beijo

e esperar na janela aberta o estio

no punho seco do toureiro à beira rio


um poema no escuro do escritório

segue o cortejo das vozes vivas

que não estão na casa, não nesta

solta no mesmo vento palavrário


dançado na chuva, o poema,

ainda não escrito, sem que se ouça

na chuva em silêncio sem o corpo

inscrito no olhar boiado, olho de loiça.


2 comentários:

ítalo puccini disse...

teus poemas são bons de mais, cristiano!

grande abraço!

Profº. Cristiano Moreira disse...

obrigado ita. veja lá novamente que o poema já está diferente.bicho vivo.

valeu.