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Os dias lindos
Na ilha de São Francisco do Sul, a Vó Ana e minha filha Shânkara Lis, quando ela estava com 6 anos.queima
a ausência irremediável de Ana queima
não pode haver consolo se o adágio cessa
se o vento cessa no meio do mar
queima
nunca mais os pés escalavrados de Ana
não pode haver consolo: os verdes olhos escurecem
se os tímpanos nunca mais escutam o angelus
queima
as janelas fechadas
apenas um metro de mar soube que Ana nunca mais
queima
nunca mais a sombra de Ana pelo chão
nunca mais a voz de Ana que tecia nó de ouro no arfernando josé karl
2 comentários:
Maravilha! Queimou em mim também. Abração amigo. A ausência é mesmo essa presença que queima, queima e reverbera.
karl,meu caro desbravador do oeste.
este teu poema é daqueles que é triste,mas paradoxalmente causa uma alegria imensa,pelo fato simples de promover um encontro com a poesia.
urra!!
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