Quem entende de poesia vai diretamente àquele coração poético e percebe suas pulsações; e onde as pulsações se calam nega que haja poesia, não importando quais e quantas sejam as outras coisas que ocupam seu lugar, acumuladas na obra, por mais que sejam apreciáveis por virtuosidade e sabedoria, por nobreza de entendimentos, por agilidade de engenho, por aprazibilidade dos efeitos. Quem não entende de poesia perde-se perseguindo estas coisas, e seu erro não é admirá-las, mas admirá-las chamando-as de poesia.
Benedetto Croce. In: Breviário de Estética. Ed. Atica, 2001. p. 157
Um comentário:
Sim, Rubens, a pulsão é tudo: e o que é a pulsão?: um objeto difícil de fixar de uma vez por todas: pra fixar a pulsão temos que estar vivos, daí o essencial é que o coração não cesse sua estrela radiada.
Não é à palavra que se deve escutar, mas à vida, ao afeto, que já traz em si uma constelação de palavras.
Karl
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