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quinta-feira, 26 de maio de 2011

Poema inédito de Elizabeth Hazin

PEGA A RIMA E SOLTA O VERSO

DENTRO DA RIMA A MENINA

DENTRO DO VERSO O UNIVERSO

De palavras faço um jogo

que se vira na canção

palavras em minha mão

troco tudo o tempo todo

o universo é muito pouco

cabe todo em minha língua

muito viva essa menina

quando canta se atravessa

troca tudo pois tem pressa

PEGA O VERSO E SOLTA A RIMA.

Bem depressa o jogo inverto

gira todo o pensamento

muda o jogo num momento

volta tudo pro começo

viro o canto pelo avesso

torno tudo tão diverso

digo um verso e seu reverso

mas a voz não desafina

muito louca essa menina

PEGA A RIMA E SOLTA O VERSO.

Como se faz a canção?

nunca os tenho ao mesmo tempo

pois o verso se sustento

a rima foge da mão.

Não se resolve a questão

o jogo assim não termina

não sei se verso ou se rima

sei que se dentro do verso

cabe todo esse universo

DENTRO DA RIMA A MENINA.

Entre o universo e a menina

a canção já nasce pronta

a menina faz de conta

que esqueceu como termina

só para inventar a rima

ou desinventar o verso.

Desinvento e não converso.

Mas é só de brincadeira

se na rima estou inteira

DENTRO DO VERSO O UNIVERSO.

2 comentários:

mara paulina arruda disse...

Que lindo poema Cristiano. Que lindo trabalho você postou! Meus Parabéns. Mara Paulina?chapecó, SC

geovani disse...

acho que fazer isso com um poema se chama 'glosar'... vi isso no livro Don Quijote, de cervantes, onde há algumas passagens maravilhosas glosadas...

ficou massa sua glosa!