são várias as águas deste rio
são nossa maquina mitográfica
são miríades de fontes que o alimentam
da chuva que põe pão e pânico
das lágrimas pelos ausentes
e também daquelas de crocodilo
que habitam margens batizadas
com suas águas cujo nome é simples
linguagem de homens nus.
as águas deste rio não não são
nossa máquina mitológica, pois
inapreensíveis são as águas
de um rio
tão repleto de mortos.
inapreensíveis mesmo sob a lógica
das marés e seu tempo de sístoles e diástoles
ainda mias inapreensíveis;
quando este rio
torna-se mar e dissemina-se
em mares e/ou quando tornam-se
águas de rio em outros lugares.
Cristiano Moreira
2 comentários:
cristiano: o precioso na espinha dorsal de tua escritura é sempre a tua voz única, singular
e tua voz está vincada com as vinhas primordiais de antes do princípio do mundo
se até agora v. não tivesse escrito nada, ainda tua voz ressoaria no oboé da primeiro reboo humano
karl
onde escrevi:
da primeiro reboo humano
leia-se
do primeiro reboo humano
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