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segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Beth Moon, 2005



Chovam antiqüíssimas estrelas no teu gelo!

Esguichos de unicórnio e quintal de cinamomos,

meu amor, minha concha, meu osso de Trakl.

Coroada de branca espuma a brisa, barcas o mar,

caixa-de-música o ar e água pura a fonte,

enquanto zaranza o vendaval e o quarto se acalma,

o crisantempo de Georgia O’Keeffe se alucina.

E que te orvalhem no jardim dos camaleões.

Durma até, durma, que eu te ressuscito.

E ao adormeceres comigo, sem que me toques,

possa a minha árvore branca

oxigenar a pura fonte no pedrento,

meu amor, meu labirinto incrustado de cornucópias.


Fernando José Karl,
um animal impossível do Espírito

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