SE EU MESMO FOSSE O INVERNO SOMBRIO
(A cisterna --- Opus 1)
Caí na cisterna abobadada de Bahr El Khabeer
para escutar mel nas ostras,
para escutar a fonte dos tontos,
para escutar o sumo solar.
Aqui na cisterna tenho orgias de latim
e sou virgem de mulheres.
Meus olhos cobertos por vidros fumados,
de aros muito grossos e talvez prateados.
A cisterna mormacenta sufoca,
enquanto rememoro as cavilações
daquela noite de runas que vaticinou:
eu só poderia clarear o inverno sombrio
se eu mesmo fosse o inverno sombrio
Fernando José Karl,
um animal impossível do Espírito
2 comentários:
Poemaço!
Poemaço!
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